segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Me vi pai

Estranho como a vida da gente pode mudar, pro bem ou pro mal, de uma hora para outra.
Há ocasiões em que levantamos da cama e mal sabemos, em nossa providencial ignorância do futuro, pelo que passaremos.
Não quero falar de coisas ruins aqui, porque o momento me impede. Então, deixerei de lado tudo o que pode dar errado (as pedras no caminho de Drummond) e focarei nas coisas boas. Isto porque na última 5a. feira minha vida guinou em 180º (ou será mais?). Descobri que serei pai. Descobri que a vida me deu a chance da paternidade ao lado da mulher que amo. Me deu a chance de descobrir que posso, sim, me sentir especial. É uma sensação diferente, como um tipo de renascimento, no qual você passa a se ver de uma outra forma - e abraça novas responsabilidades, novas posturas. Enfim, tudo novo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Apanhador de quê?!


Estou me dedicando a ler alguns clássicos da literatura mundial. Já passei por O Morro dos Ventos Uivantes e agora terminei no O Apanhador no Campo de Centeio, ou The Catcher in the Rye. O próximo será a releitura de Metamorfose, de Kafka.
Acho o título desse livro um dos mais belos (senão o mais) já publicado. Narra as desventuras do jovem de 16 anos Holden Carlfield, expulso de um colégio de rapazes abastados. O ponto forte do livro é a linguagem universal - escrito no final dos anos 40, início dos 50, pode ser associado à imagem de qualquer jovem em final de adolescência moderno.
Quando iniciei a leitura (confesso que não fazia ideia sobre o que se tratava a história) esperava um baita drama. Porém (e, confesso, me decepcionei) nada demais acontece no livro, a não ser a digestão da revolta de Holden, ocorrida num final de semana, sobre sua expulsão e sua a visão pessimista sobre a humanidade. Aliás, o autor, J. D. Salinger, lançou frases que são verdadeiras pérolas sobre a visão pessimista e amarga do ser humano.
Vale ler. E, se alguém se arrisca, me diga por que os pretensos assassinos de John Lennon e Ronald Regan leram O Apanhador no Campo de Centeio antes de cometerem seus crimes. Há louco pra tudo...

Chove chuva



A chuva pode ser boa para as plantações e os homens do campo podem erguer as mãos para o céu quando a água desaba sobre o solo fértil. Contudo, devo afirmar que me sinto impaciente com as chuvas incessantes dos últimos dias.
Primeiro, porque meu guarda-chuva sumiu (de novo) e não tenho como me defender da fúria de São Pedro. Depois, porque a chuva inviabiliza praticamente tudo o que se queira fazer fora de casa, a não ser que você seja praticante de pólo aquático. Por fim, o último e principal motivo pelo qual a chuva me deprime é ver, de novo, a cara de pau dos políticos na TV explicando por que mais e mais pessoas morrem todos os anos em cidades como Rio e São Paulo em virtude de desabamentos.
Ah, sim... não esqueçamos que a culpa é de São Pedro. Pedrinho anda de mau-humor e está descontando em nós, míseros humanos, nos mandando litros e litros d´água sobre as cabeças. Nem passa pela cabeça dos homens públicos a necessidade de obras para evitar que vidas sejam perdidas (ou passa? verdade, pessoas mortas geram sensacionalismo e abrem caminho para palavras de consolo dos políticos que, sim, estas sim, geram votos!!!).
Enfim, nos resta aguardar enquanto a fúria de Pedrinho não passa. E, especificamente no meu caso, me aflige a ideia de comprar urgentemente um novo e resistente guarda-chuva.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Charlie e os efeitos da baixa autoestima

Olhando numa lupa, são raríssimas as pessoas que realmente podem afirmar, de peito cheio, que confiam no próprio "taco".
Claro que tudo faz parte de um processo mais amplo de autoafirmação, durante o qual é necessário deixar claro aos outros que "eu" (meu self) pode fazer isto ou aquilo mais rápido e melhor - e, obviamente, isso tem que ser dito antes que alguma crítica seja desferida. Quando os outros aceitam e tomam o que dizemos como verdade, nos sentimos seguros para, aí sim, realizar o que prometemos.
Acho que nunca dei bola para esse tipo de verniz. Acho, ainda, que meu self funciona pelo lado inverso - prefiro não dar certeza de nada antes de realmente conseguir concretizar.
Para ilustrar, mais uma tirinha do bom e velho Charlie, meu alterego. Como sou fã desse garotinho, rsrs. Como diz uma amiga, da fôrma que vim, espero que tenham se desfeito.


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Brasília




Estive pela 4ª vez em Brasília e confesso que a cidade ainda me surpreende.
Revisitei a catedral (meu primeiro e único passeio por lá havia sido há 20 anos) e conheci vários "points" onde os brasilienses (nascidos ou por opção) se divertem. E, posso dizer, me diverti também.
Gozado como, não importa o ângulo pelo qual você queira enxergar, Brasília é uma cidade fria. Não se veem pessoas nas ruas. Não há calçadas. Tudo é dividido em quadras (a quadra das farmácias realmente é algo que merece ser registrado, rs). Mas, ainda assim, é uma das opções entre as grandes cidades onde, um dia, quem sabe, eu moraria quando resolver deixar meu ninho.
Vale o registro (o principal de tudo) da receptividade que tivemos por lá. André, Eliana, Átila, Ítalo, Zezé, Kazuko etc. Todos vocês foram maravilhosos e me fizeram ficar ainda mais encantado com a Capital Federal.





Vale um último adendo: não conhecia o Memorial JK e, sinceramente, vale uma super-visita. Ali você entende por que Juscelino Kubitcheck de Oliveira entrou para a história como um dos melhores (senão o melhor) presidente do Brasil.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Resoluções de Ano Novo


Agora, um papo mais leve.
Sou humano, ou seja, também fiz algumas resoluções de ano novo. 2011 que me espere, e aqui compartilho minha listinha com vocês. Vale a piada.

Resoluções para 2011:
- Menos bebida
- Sexo seguro
- Sexo super-seguro! (rs)
- Parar de fumar
- Mais trabalho
- Ainda mais trabalho
- Mais paciência
- Mais tolerância
- Menos sofrimento com o Corinthians
- Mais do mesmo (bendito Renato Russo)
Ou seja, menos vida!

Em todo lugar, em lugar algum


Sei que fiquei exatamente um mês sem escrever neste blog. Também confesso que esse período não foi exatamente um período fácil do ano. E isso me leva a entrar na onda do reveillon e falar do final de 2010 e começo de 2011.
Normalmente promessas de Ano Novo são feitas com dois objetivos: relacionamentos pessoais (ou, melhor, a melhora deles) e saúde (parar de fumar, voltar ou começar a correr, emagrecer etc.).
Olha, devo admitir que essas promessas servem como estímulos, mas há algo muito mais importante que merece nossa atenção diária: a mudança de nosso íntimo. É um processo longo, longo... que por vezes dura uma vida inteira e, ainda em seu final, computamos as perdas e ganhos e achamos ter saído perdendo.
Mudar qualquer coisa em nós não é fácil. Mudarmos muitas coisas, fazer reforma íntima mesmo, é uma tarefa hercúlea. Lembro de ter ouvido sobre reforma íntima pela primeira vez nos tempos de comunidade de jovens (Cojasc, no São Camilo de Lellis). De lá pra cá, admito que levei vários tombos (alguns que me deixaram feridas incuráveis). Mas também aprendi e cresci muito. O jovem tímido alçou voo, estrepou as asas, retornou ao ninho, partiu de novo. E, agora, prepara-se para alçar novo voo.
Acho que a vida é toda feita de pequenos voos, nos quais cumprimos algumas léguas, nada mais. Grandes voos são ilusões.
Se vale o conselho, viva o hoje, ou tente. Voe sem medo, mas não tenha a ilusão de que esse voo te levará pra longe. E, mesmo que seu voo tenha apenas alguns metros, parabenize-se pela distância alcançada. Lembre-se: reforma íntima dói, e não é pra qualquer um. É para aqueles que conseguem enxergar o pior de si; e, mais, que querem de fato melhorar.