quarta-feira, 13 de abril de 2011

Novo jornalismo, novo jornalista


Quando passei no vestibular na Unesp, estranhei estar matriculado no Curso de Comunicação. Afinal, não faria jornalismo (esse item aparecia apenas como habilitação - ou seja, quatro anos mais tarde, me formei comunicador, habilitado em jornalismo).
Hoje, essa realidade (a do "ser-comunicador") me parece mais presente do que nunca. O jornalismo vai diluindo suas fronteiras e dá lugar à geração de comunicadores que, na maior parte do tempo, dedicam-se a fazer o que se convencionou chamar de jornalismo - isto é, a produção de informações padronizadas num determinado formato típico de jornal, revista, tv etc. Ponto. Para mim, jornalismo hoje é isso.
Quanto a ser um comunicador, a questão é mais ampla. O jornalista é, acima de tudo (e antes de tudo), um comunicador. O jornalismo é apenas um canal. No futuro (bem) próximo, o jornalista também agregará funções de câmera-man (para postar posteriormente nas mídias sociais), twitteiro, blogueiro (já o é) etc.
Creio que loguinho não haverá mais a denominação JORNALISTA como alguém que exerce a profissão que conhecemos hoje. Seremos todos comunicadores multimídia. E será o veículo/empresa através do qual se circulará a informação o grande determinante para confirmar se uma informação é verdadeira (e confiável) ou não.
O futuro (logo) dirá...

Aonde vamos parar?


Saí da coletiva de imprensa da Adobe Brasil ontem com essa questão na cabeça: aonde vamos parar?
Sim, porque o que vi na coletiva foi de cair o queixo.
Entrei no salão do restaurante Gandouph esperando novidades do Photoshop e InDesign. Mas, se do Photoshop foram pouquíssimas as novidades, do InDesign e de outros aplicativos de imagem/vídeo da Adobe, elas jorraram. Sobretudo quando o assunto foi publicação multimídia, principalmente nos iPads.
A Apple sabia perfeitamente a revolução que seu brinquedinho multimídia (iPad) causaria, mas tudo está ocorrendo em velocidade assustadora. Pergunto-me se, daqui cinco anos, no máximo, não terei que andar com uma máquina fotográfica/filmadora na mão, um iPad na sacola e muita, mas muita disposição para twittar, publicar no facebook, no site da revista, postar vídeos com frames portando links para outras páginas etc. Enfim, mais e mais trabalho.
É a vida.
Uma última coisa. Paulinho Franqueira, técnico e especialista da Adobe, encerrou sua palestra mostrando as novas ferramentas para quem trabalha com tablets (ou mesas digitais). Literalmente, os novos recursos estão nas pontas dos dedos, já que permitem que se criem cores digitais (a partir das famosas paletas de programas como Photoshop e Illustrator) puxando e arrastando tons com os dedos e misturando "tintas" como se fosse usada uma paleta de pintura convencional.
De tirar o chapéu!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Dia dos Jornalistas: o jornalista e sua fisiologia


Hoje é dia de festa na imprensa. Ou, pelo menos, em parte dela. 7 de abril é o Dia dos Jornalistas. Jornalistas estes que são a engrenagem dessa indústria chamada mídia.
Formei-me jornalista em 1998 e confesso que nunca senti muito orgulho disso. Claro, também tive minha fase "quero mudar o mundo" (assim como tive outras, como quero ser médico, ainda aos sete anos, ou "serei desenhista de mangá" a partir dos nove). Contudo, tanto na teoria, como na prática, a função desse profissional tão controverso é o prestador de serviço à sociedade através da captação de fatos e transformação dos mesmos em conteúdo a ser digerido via TV, impresso, rádio ou internet.
E o consenso pára por aí. A partir de sua definição, um longo e polêmico caminho é trilhado. Se a função básica, mor e primordial do jornalista é informar a sociedade, deve-se questionar se nós (jornalistas) temos de fato feito isso.
Hoje, temos liberdade política de imprensa, mas nunca a tivemos no campo institucional. Empresas jornalísticas são, como o nome indica, empresas, e como tal visam lucro. E aí está o problema. Nem sempre o que deve ser informado o é; e nem sempre o que "vende" (anúncio, audiência etc.) deveria o ser.
Nesse bolo está, dividido, o jornalista, esse ser com grande ego e pouquíssimo raio de ação que mata um leão por dia para seu sustento, amarra o patrão onde o burro manda, tem como desejum uma série infindável de fatos que devem ser apurados, dourados devidamente e vendidos para viagem para rápido consumo.
E aí vamos nós, jornalistas, celebrando mais um dia. Parabéns!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Lobo Solitário


Kozure Ookami. Para os saudosistas, o mangá Lobo Solitário é sinônimo de história de samurai no ocidente.
Publicado em praticamente toda a Europa, EUA, Brasil e América Latina, o mangá durou de 1970 a 1974 contando a história do samurai Itto Ogami, koji kaishakunin do shogun (no caso, o executor oficial de nobres japoneses que, após um ritual de seppuku / suicídio, corta da cabeça do condenado com uma espada).
Ogami cai em desgraça depois de ser traído e injustamente acusado de orar contra o shogun por Retsudo Yagyu, chefe do clã Yagyu (que realmente existiu no Japão) e líder da polícia secreta do shogunato.
Após a morte da esposa, Ogami coloca-se à frente do filho Daigorou, então com dois anos. Numa cena clássica, finca sua espada no chão e, do lado oposto, coloca uma bola. Então, pede ao bebê que escolha o caminho que deseja seguir: a espada ou a bola. Caso escolhesse a bola, Ogami o mataria, privando o filho de tudo o que estava por vir. Contudo, Daigorou escolhe a espada.
Vendo isso, Ogami percebe que a alma do filho deseja o caminho do assassino e, com o bebê nos braços, o ex-samurai foge e torna-se um ronin, samurai errante que oferece seus serviços de assassino em troca de 500 rios (moeda da época feudal no Japão).
Lobo Solitário pode apresentar fatos que chocam o ocidente mas, talvez por isso mesmo, seja tão maravilhoso.
Código samurai, visão oriental do inferno (makai), o limbo (meifumado) e de demônios (oni), morte etc. Tudo isso contado à pena e nanquim.
Quem não leu, vale a pena. Recentemente, a Panini relançou a obra no formato original, em 24 volumes, e capa caprichada.

AKIRA - Caos e amizade pós-apocalíptica


Não sei quanto a vocês, mas de vez em quando é bom remexer em coisas antigas. E isso inclui memórias e hábitos.
Meu primeiro contato com o mundo dos mangás (HQs japonesas que hoje são febre) foi em 1990 por meio de duas inspirações: AKIRA, de Katsuhiro Otomo, lançado pela Editora Globo, e Lobo Solitário (Kozure Ookami), de Goseki Kojima e Kazuo Koike.
Bom, esse fato é importante porque, literalmente, essas obras mudaram meu conceito de consumo de mídia de massa e me fizeram me apaixonar pela cultura japonesa.
AKIRA conta várias histórias costuradas pelo tema "caos". Tudo começa com Tokyo sendo destruída pelo que se considerou um desastre nuclear. Anos depois, em 2030, Neo Tokyo ressurge como um mundo de corrupção, tecnologia e delinquência.
AKIRA chama atenção por sobrepor várias histórias, algumas delas, tidas como principais. Analisando, julgo que AKIRA é, na verdade, a sequência decrescente desses temas:

- Amizade: tema principal do mangá, já que o fio condutor é a amizade entre os motoqueiros Kaneda e Tetsuo e o conflito dramático quando,após os poderes psíquicos de Tetsuo terem sido descobertos, este mudar completamente de personalidade, tornando-se um psicótico frio que se volta contra o amigo.

- Paranormalidade: os protagonistas de AKIRA, com exceção de Kaneda, são todos paranormais, dotados de poderes psíquicos. A paranormalidade dará o tom à série até o final que une poder e amizade na queda dramática de Tetsuo e o apelo de amizade de Kaneda.

- Espiritualidade: AKIRA questiona "o que é o homem?". Partindo do ponto de que a paranormalidade dos protagonistas é, de fato, uma evolução da humanidade, AKIRA questiona o que o homem é e pode ser.

- Poder: o poder corrompe. E AKIRA mostra isso. Tetsuo, antes de seus poderes latentes serem despertados, era um garoto tímido e submisso a Kaneda. Uma vez poderoso, torna-se um assassino na fúria de mostrar ao mundo "quem manda". Por sua vez, Kaneda entra em conflito com o amigo em busca de vingança pela morte dos ex-companheiros (todos assassinados por Tetsuo). Ao final, ao ver Tetsuo em ruína física e psíquica, Kaneda se comove e percebe-se que a amizade entre ambos nunca morreu.

AKIRA é completo e complexo demais para ser descrito aqui. Mas é um mangá sem igual que até hoje deixa saudade.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sempre assim


Hoje não estou inspirando, nem criativo o suficiente para escrever. Mas há uma música que compatibiliza bem com meu estado de espírito atual. Não sou fão do Jota quest, mas gosta desta letra.

Será que todo dia vai ser sempre assim
7:15 eu acordo
E começo a me lembrar
Do que ainda não me esqueci
Do que tenho pra falar
Todo dia é assim
Tempo quente, pé na estrada
Tô seguindo o meu caminho
Já parti pro tudo ou nada

Será que todo dia vai ser sempre assim?
Será que todo dia vai ser sempre assim?

Quero iniciativa
E um pouco de humor
Pra peleja da minha vida
Ser feliz, se assim for
Tô correndo contra o tempo
E agora não posso parar
Por favor, espere a sua vez
Certamente ela virá

Será que todo dia vai ser sempre assim?
Será que todo dia vai ser sempre assim?

Nessa horas, eu me lembro
Com saudades de você
Dos amigos que eu ainda não fiz
E de tudo que ainda há
Tô fazendo a minha história
E sei que posso contar
Com essa fé que ainda me faz
Otimista até demais

Que bom que todo dia vai ser sempre assim!
Que bom que todo dia vai ser sempre assim!