terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Nietzsche: "Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."


"Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."
A frase acima, do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, remete a uma visão amarga, porém verdadeira, da vida.
Já comentei neste blog sobre o fato de os seres humanos modernos buscarem um isolamento cada vez maior, pontilhado por relacionamentos "virtuais" via internet e nos quais cada um se sente seguro em sua solidão. Sob esse ponto de vista, o isolamento representa segurança, já que evita que a vindoura decepção com nossos irmãos humanos venha (e ela vem, cedo ou tarde, à medida que conhecemos alguém a fundo).
Nietzsche previu esse cenário no século XIX, época em que, longe da internet, a grande revolução na comunicação era o telégrafo. Mesmo assim, visionários (e gênios) como Nietzsche vislumbraram um futuro negro para a humanidade. Um futuro em que seremos seres vivendo numa sociedade pontilhada por núcleos de organismos unicelulares, cada qual fechado em seu mundinho, vivendo de laços efêmeros que teriam o único objetivo de assegurar recursos para nossa sobrevivência. Por exemplo, relações profissionais e raros momentos em espaços de convivência doméstica.
Se Nietzsche estiver certo - se o homem caminha a passos largos para esse status social - resta-nos cultivar urgentemente o que há de mais animal em nós. Sim, de mais animal! Porque animais vivem em sociedade, compartilham momentos, organizam-se da forma mais simples à mais complexa. É nosso lado humano que nos provoca isolamento.
À frase de Nietzsche, acrescento outra: quanto mais conheço o ser humano, mais gosto do meu cachorro.

Eu, pelo traço do saudoso Charles Schultz

Reflexões do Charlie Brown sobre um mundo imperfeito

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cinemateca


Dentro das coisas ordinárias, talvez a mais ordinária seja assistir a filmes em DVD no conforto de nossa casa.
A lista de filmes a ser degustada é extensa, mas destaco A Origem com Leonardo Di Caprio. Resumidamente, Christopher Nolan (o roteirista) fala sobre agentes mercenários que entram no sonho das pessoas para extrair segredos. Mas a coisa fica feia quando Di Caprio e sua turma têm que entrar no sonho de um herdeiro de uma potência energética para implantar uma ideia.
Genial, o filme brinca com o onírico e o real, jogando incertezas na cara daqueles que se dedicam a curtir as mais de duas horas de película. Super recomendado!!!

Como escrever sobre o ordinário?


Estou parado na frente de meu notebook pensando que já passou da hora de atualizar este blog mas... nada me vem à mente!!!
Claro, poderia falar sobre uma porção de coisas, coisas do cotidiano, coisas que, a princípio, só teriam interesse (ou relevância) para mim. Ou seja, chatice extrema.
Isso me remete ao genial Oswaldo Montenegro e sua ode aos chatos. Pois, no caso, há coisa mais chata do que escrever sobre o ordinário, sobre o comum, sobre aquilo que não chama atenção, não provoca risos, lágrimas ou, nem mesmo, um sorriso de canto de boca??? Enfim, um marasmo traduzido em letras, palavras, frases e textos.
Montenegro, inclusive, dedicou vários minutos de seu show - e compôs uma música - em homenagem aos chatos. Talento não se discute. E escrever sobre algo tão ordinário como a chatice é obra de um gênio. Dá-lhe Oswaldo!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Adeus a um Fenômeno


Ronaldo escolheu o dia 14 de fevereiro para pendurar as chuteiras e, assim, ilustrou no calendário do futebol brasileiro mais uma data emblemática: a do fim da carreira de um dos maiores jogadores de futebol do mundo.
Por mais que sejamos críticos, não podemos nunca avaliar a carreira brilhante de Ronaldo pelos últimos dois anos de atividade. O maior artilheiro em Copas do Mundo, e o maior nome do futebol no Brasil ao lado de Pelé merece todo o respeito pelas conquistas.
Fora do gramado, sabemos, nenhum jogador é santo. O próprio Rei Pelé já se viu envolto em maus lençóis e, nesse caso, contou com uma grande conivência por parte da mídia - coisa, aliás, comum no Brasil.
O fato é que Ronaldo foi para mim, que, infelizmente não assisti ao Pelé dentro das quatro linhas, o maior e melhor jogador que já vi em atividade. Depois dele, outros surgiram como meteoros, mas poucos brilharam por tanto tempo. Nem mesmo Maradona (brilhante também) o suplantou.
Não nos esqueçamos que, no retorno de Ronaldo ao futebol, vestindo a camisa do Corinthians, o Fenômeno conseguiu algo inédito: que torcedores de todos os times, incluindo arquirrivais do Timão, torcessem pelo seu sucesso. Isso, sim, não se conquista sem méritos.
Parabéns, Ronaldo.

O fim

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O quanto vale conhecer alguém?


Passei algumas horas conversando com uma amiga de Mogi das Cruzes, que conheci há pouco, sobre o quanto vale a pena conhecer alguém. Explico: na superfície, todo mundo consegue manter suas máscaras sociais. Ou seja, manter um relacionamento socialmente razoável e superficial é fácil.
Mas o que acontece quando conhecemos mais e mais as pessoas? E quando as máscaras caem ou, ainda, devem ser modificadas para novos graus de intimidade e convivência?
Essa minha amiga, cuja inteligência me surpreende (ela tem um excelente papo), afirma que é melhor não conhecermos alguém a fundo. Senão, é decepção certa. Essa forma de pensar me chamou a atenção. Apesar de amargo, é um pensamento recheado de razão.
Não é raro na sociedade moderna encontrarmos pessoas que se isolam, voltando todo seu carinho a seus animais de estimação, sejam eles um cachorro ou uma iguana. A decepção do homem (aquele racional, dotado de porção humana e divina) com o ser humano (animal, acima de tudo) aumenta cada vez mais. Logo, teremos a necessidade de estarmos todos em casulos, herméticos em nossa ensimesmice.
Triste destino, resultado do processo de autoconhecimento.

Antes agora do que mais tarde


Corinthianos de plantão! Urgente! Sei que serei um pai dedicado na hercúlea missão de transformar meu rebento, seja ele menino ou menina, num legítimo torcedor do Timão. Mas, deixando a paixão de lado, uma pontinha de felicidade bateu em mim quando vi o Corinthians cair diante do Tolima.
Com esse futebolzinho medíocre, melhor parar por aqui, não acham?
Casagrande teve razão; melhor ficar em casa.