terça-feira, 5 de julho de 2011

Prefiro a morte a não poder amar


Quem não ama, pode declarar-se morto
Por que amar é sentir,
Sentir dor
Pesar
Angústia
Amar é desejar o outro sempre perto
O inatingível a seus pés
E, quando conseguido, desejar a conquista novamente,
Simplesmente pelo egoísta sentimento de amar.
É preferível morrer
Do que calejar o coração e impedi-lo de sofrer por amor.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Revista Saber nº 4


Está postado no Issuu o nº 4 da Revista Saber, revista-laboratório dos alunos no 4º ano de Jornalismo da Faculdade Prudente de Moraes.
Para acessar o link e curtir mais uma edição da turma, clique http://issuu.com/paulostucchi/docs/saber_4

sexta-feira, 3 de junho de 2011


Para onde leva o caminho trilhado pelas estrelas
Pó celeste, indicando o rumo para o infinito breu
Luz no firmamento, acalento para o coração romântico
Solidão para o peito ferido,
Amor para apaixonados,
Inspiração para os dotados,
Perdição para os desvalidos,
Fuga para os esquecidos
De uma vida que tornou-se amargura
E hoje, repousa, sobre o firmamento eterno
Este sim, imutável
No vei e vem a lua e de seu coro de estrelas
Por que da vida, a única certeza
É que passaremos
E o que vemos, ficará.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O cinismo poético


De poesia entendo pouco
Mas de sentimento, tenho o peito calejado
Ora, o que é o poeta,
senão o ser mais sofredor do mundo
Que sente com a finura da pele,
E queima as retinas com aquilo que ninguém vê?
Para onde ninguém olha, pensa o poeta,
É onde buscarei minha inspiração
Chamem-na divina,
Eu a chamo providência,
De um olho clínico
Cínico,
Doído,
Sobre tudo o que se amontoa
Neste amontoado que chamamos mundo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Profissão símia


E, já que o assunto está girando em torno do jornalismo, aproveito para reforçar a banalidade com que, do meu ponto de vista de professor, a profissão de jornalista está sendo tratada.
O fim da obrigatoriedade do diploma, é certo, gerará no futuro uma demanda enorme por especialistas na área (os remanescentes diplomados) e criará uma importante reserva de mercado para os grandes jornais.
Mas, por enquanto, nós, jornalistas, devemos assistir à falência das faculdades de comunicação (inchadas, é certo), e, quem sabe, ver nossos lugares serem ocupados por girafas, rinocerontes, ou, na melhor das hipóteses, símios.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

África para quê?


Salete Lemos, jornalista da TV Cultura, que há anos está na UTI, foi demitida em agosto de 2007. Até aí, você me afirma: são coisas do mercado!!!
Mas não são.
Ela foi queimada da emissora por criticar a safadeza dos bancos, à qual TODOS os governos, independentemente de cores partidárias, fazem vistas grossas, e para os quais o mercado financeiro abre os braços.
Enquanto a fechada e enigmática China, e a populosa e pobre Índia, investem em educação e tecnologia para atingir status econômico de primeira grandeza, o Brasil continua investindo no que mais sabe fazer: gerar gerações e mais gerações de políticos safados, lamber o mercado financeiro que oferece lucro especulativo rápido e fácil para poucos, e voltar as costas ao seu apático povo, que, em sua ignorância atroz, se preocupa mais com a final do BBB do que com o assalto diário a que é submetido a nível municipal, estadual e federal.
Ah, um adendo: cadê o sindicato dos jornalistas que, em minha época de redação, me contatava semanalmente e que me extrai anualmente uma taxa de contribuição?! Lute, sindicato, pelo que vale a pena: por jornalistas como Salete Lemos. O sindicato já se calou quando derrubaram a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo. Agora, volta-se para a Meca do peleguismo ao manter sua relação simbiótica com os empresários donos dos meios de comunicação.
Para que olhar para miséria humana, política e social africana se temos um exemplo de prato cheio bem aqui, na nossa colônia chamada Brasil?

Ninho de tucanos


Apesar de adorar Política (não posso dizer o mesmo dos políticos) uma notícia publicada no IG.com.br me chamou atenção.
Doi mil e onze marca o reinício da briga pelas prévias entre Aécio Neves e José Serra (jã vimos esse filme ano passado). O interessante é que, agora, Aécio leva clara vantagem.
Serra ainda não cansou de apanhar do PT (primeiro, Lula, depois, Dilma)e a que tudo indica retorna na parada. Porém, agora, encara um Aécio fortalecido.
Cá entre nós, o político mineiro é o único com capacidade para fazer frente ao plano do PT de prosseguir no poder. Isso, é claro, se Dilma não resolver cumprir apenas 4 anos e abrir caminho para o retorno de Lula, seguindo o projeto do "partido". Daí, com Lula como adversário, Aécio não teria chances.
Aguardem, porque a festa vai recomeçar no ninho dos tucanos.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dia do Nerd - Um nerd no armário


Depois de alguns dias ausente (novamente), retorno para fazer uma homenagem ao Dia do Nerd, comemorado hoje.
Afinal, a cultura Nerd está moda - vida o sucesso da série The Big Bang Theory e de seu personagem mais esteriotipado (e cômico): Sheldon Cooper.
Mas, o que é, realmente, ser nerd. Analisando e levantando certas características, me considero um semi-nerd (ou um nerd no armário). Elenquei algumas características nerds (ou nerdices) que povoam esse fantástico universo de pessoas seletas.

- Ter medo de falar com garotas (principalmente, as mais bonitas).
- Andar em grupos pequenos e olhar para o chão quando cruza com aqueles mais populares da escola.
- Geralmente (mas nem sempre) ser alvo das brincadeiras, sobretudo quando envolvem mulheres.
- Se você for garota, usar óculos fortes e ser eternamente descontente com seu físico (isso não é privilégio nerd mas, nos casos "das" nerds, o descontentamento com o físico é argumentado com a frase: "Não preciso ser bonita pra entender a teoria da relatividade).
- Saber de trás para frente os diágolos de Jornada nas Estrelas (1966).
- Ter a espada do jedi no seu quarto.
- Ouvir música de séries japonesas.
- Ter as orelhas do Spock.
- Viver num mundo de RPG.
- Saber o que significa Pokemon.
- Adorar quadrinhos.
- Adorar mangás.
- Admirar mais os novos poderes do Superman do que a menina mais bonita da classe.
- Se sentir um estranho no ninho quando tenta tomar alguma atitude "popular" (por exemplo, ir numa festa de arromba e se embebedar com jurupinga).
- E, claro, ter sempre boas notas em todas as matérias.

Os tópicos são variados e extensos. Coloquei alguns.
Mas, acima de tudo, fica a saudação: parabéns, nerd, por seu dia!!!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Revista Saber nº 3


Já está online a Revista Saber nº 3, revista-laboratório dos alunos do 7º semestre de jornalismo da Faculdade Prudente de Moraes. Acessem e curtam! http://issuu.com/mylibrary?view=pending

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Novo jornalismo, novo jornalista


Quando passei no vestibular na Unesp, estranhei estar matriculado no Curso de Comunicação. Afinal, não faria jornalismo (esse item aparecia apenas como habilitação - ou seja, quatro anos mais tarde, me formei comunicador, habilitado em jornalismo).
Hoje, essa realidade (a do "ser-comunicador") me parece mais presente do que nunca. O jornalismo vai diluindo suas fronteiras e dá lugar à geração de comunicadores que, na maior parte do tempo, dedicam-se a fazer o que se convencionou chamar de jornalismo - isto é, a produção de informações padronizadas num determinado formato típico de jornal, revista, tv etc. Ponto. Para mim, jornalismo hoje é isso.
Quanto a ser um comunicador, a questão é mais ampla. O jornalista é, acima de tudo (e antes de tudo), um comunicador. O jornalismo é apenas um canal. No futuro (bem) próximo, o jornalista também agregará funções de câmera-man (para postar posteriormente nas mídias sociais), twitteiro, blogueiro (já o é) etc.
Creio que loguinho não haverá mais a denominação JORNALISTA como alguém que exerce a profissão que conhecemos hoje. Seremos todos comunicadores multimídia. E será o veículo/empresa através do qual se circulará a informação o grande determinante para confirmar se uma informação é verdadeira (e confiável) ou não.
O futuro (logo) dirá...

Aonde vamos parar?


Saí da coletiva de imprensa da Adobe Brasil ontem com essa questão na cabeça: aonde vamos parar?
Sim, porque o que vi na coletiva foi de cair o queixo.
Entrei no salão do restaurante Gandouph esperando novidades do Photoshop e InDesign. Mas, se do Photoshop foram pouquíssimas as novidades, do InDesign e de outros aplicativos de imagem/vídeo da Adobe, elas jorraram. Sobretudo quando o assunto foi publicação multimídia, principalmente nos iPads.
A Apple sabia perfeitamente a revolução que seu brinquedinho multimídia (iPad) causaria, mas tudo está ocorrendo em velocidade assustadora. Pergunto-me se, daqui cinco anos, no máximo, não terei que andar com uma máquina fotográfica/filmadora na mão, um iPad na sacola e muita, mas muita disposição para twittar, publicar no facebook, no site da revista, postar vídeos com frames portando links para outras páginas etc. Enfim, mais e mais trabalho.
É a vida.
Uma última coisa. Paulinho Franqueira, técnico e especialista da Adobe, encerrou sua palestra mostrando as novas ferramentas para quem trabalha com tablets (ou mesas digitais). Literalmente, os novos recursos estão nas pontas dos dedos, já que permitem que se criem cores digitais (a partir das famosas paletas de programas como Photoshop e Illustrator) puxando e arrastando tons com os dedos e misturando "tintas" como se fosse usada uma paleta de pintura convencional.
De tirar o chapéu!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Dia dos Jornalistas: o jornalista e sua fisiologia


Hoje é dia de festa na imprensa. Ou, pelo menos, em parte dela. 7 de abril é o Dia dos Jornalistas. Jornalistas estes que são a engrenagem dessa indústria chamada mídia.
Formei-me jornalista em 1998 e confesso que nunca senti muito orgulho disso. Claro, também tive minha fase "quero mudar o mundo" (assim como tive outras, como quero ser médico, ainda aos sete anos, ou "serei desenhista de mangá" a partir dos nove). Contudo, tanto na teoria, como na prática, a função desse profissional tão controverso é o prestador de serviço à sociedade através da captação de fatos e transformação dos mesmos em conteúdo a ser digerido via TV, impresso, rádio ou internet.
E o consenso pára por aí. A partir de sua definição, um longo e polêmico caminho é trilhado. Se a função básica, mor e primordial do jornalista é informar a sociedade, deve-se questionar se nós (jornalistas) temos de fato feito isso.
Hoje, temos liberdade política de imprensa, mas nunca a tivemos no campo institucional. Empresas jornalísticas são, como o nome indica, empresas, e como tal visam lucro. E aí está o problema. Nem sempre o que deve ser informado o é; e nem sempre o que "vende" (anúncio, audiência etc.) deveria o ser.
Nesse bolo está, dividido, o jornalista, esse ser com grande ego e pouquíssimo raio de ação que mata um leão por dia para seu sustento, amarra o patrão onde o burro manda, tem como desejum uma série infindável de fatos que devem ser apurados, dourados devidamente e vendidos para viagem para rápido consumo.
E aí vamos nós, jornalistas, celebrando mais um dia. Parabéns!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Lobo Solitário


Kozure Ookami. Para os saudosistas, o mangá Lobo Solitário é sinônimo de história de samurai no ocidente.
Publicado em praticamente toda a Europa, EUA, Brasil e América Latina, o mangá durou de 1970 a 1974 contando a história do samurai Itto Ogami, koji kaishakunin do shogun (no caso, o executor oficial de nobres japoneses que, após um ritual de seppuku / suicídio, corta da cabeça do condenado com uma espada).
Ogami cai em desgraça depois de ser traído e injustamente acusado de orar contra o shogun por Retsudo Yagyu, chefe do clã Yagyu (que realmente existiu no Japão) e líder da polícia secreta do shogunato.
Após a morte da esposa, Ogami coloca-se à frente do filho Daigorou, então com dois anos. Numa cena clássica, finca sua espada no chão e, do lado oposto, coloca uma bola. Então, pede ao bebê que escolha o caminho que deseja seguir: a espada ou a bola. Caso escolhesse a bola, Ogami o mataria, privando o filho de tudo o que estava por vir. Contudo, Daigorou escolhe a espada.
Vendo isso, Ogami percebe que a alma do filho deseja o caminho do assassino e, com o bebê nos braços, o ex-samurai foge e torna-se um ronin, samurai errante que oferece seus serviços de assassino em troca de 500 rios (moeda da época feudal no Japão).
Lobo Solitário pode apresentar fatos que chocam o ocidente mas, talvez por isso mesmo, seja tão maravilhoso.
Código samurai, visão oriental do inferno (makai), o limbo (meifumado) e de demônios (oni), morte etc. Tudo isso contado à pena e nanquim.
Quem não leu, vale a pena. Recentemente, a Panini relançou a obra no formato original, em 24 volumes, e capa caprichada.

AKIRA - Caos e amizade pós-apocalíptica


Não sei quanto a vocês, mas de vez em quando é bom remexer em coisas antigas. E isso inclui memórias e hábitos.
Meu primeiro contato com o mundo dos mangás (HQs japonesas que hoje são febre) foi em 1990 por meio de duas inspirações: AKIRA, de Katsuhiro Otomo, lançado pela Editora Globo, e Lobo Solitário (Kozure Ookami), de Goseki Kojima e Kazuo Koike.
Bom, esse fato é importante porque, literalmente, essas obras mudaram meu conceito de consumo de mídia de massa e me fizeram me apaixonar pela cultura japonesa.
AKIRA conta várias histórias costuradas pelo tema "caos". Tudo começa com Tokyo sendo destruída pelo que se considerou um desastre nuclear. Anos depois, em 2030, Neo Tokyo ressurge como um mundo de corrupção, tecnologia e delinquência.
AKIRA chama atenção por sobrepor várias histórias, algumas delas, tidas como principais. Analisando, julgo que AKIRA é, na verdade, a sequência decrescente desses temas:

- Amizade: tema principal do mangá, já que o fio condutor é a amizade entre os motoqueiros Kaneda e Tetsuo e o conflito dramático quando,após os poderes psíquicos de Tetsuo terem sido descobertos, este mudar completamente de personalidade, tornando-se um psicótico frio que se volta contra o amigo.

- Paranormalidade: os protagonistas de AKIRA, com exceção de Kaneda, são todos paranormais, dotados de poderes psíquicos. A paranormalidade dará o tom à série até o final que une poder e amizade na queda dramática de Tetsuo e o apelo de amizade de Kaneda.

- Espiritualidade: AKIRA questiona "o que é o homem?". Partindo do ponto de que a paranormalidade dos protagonistas é, de fato, uma evolução da humanidade, AKIRA questiona o que o homem é e pode ser.

- Poder: o poder corrompe. E AKIRA mostra isso. Tetsuo, antes de seus poderes latentes serem despertados, era um garoto tímido e submisso a Kaneda. Uma vez poderoso, torna-se um assassino na fúria de mostrar ao mundo "quem manda". Por sua vez, Kaneda entra em conflito com o amigo em busca de vingança pela morte dos ex-companheiros (todos assassinados por Tetsuo). Ao final, ao ver Tetsuo em ruína física e psíquica, Kaneda se comove e percebe-se que a amizade entre ambos nunca morreu.

AKIRA é completo e complexo demais para ser descrito aqui. Mas é um mangá sem igual que até hoje deixa saudade.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Sempre assim


Hoje não estou inspirando, nem criativo o suficiente para escrever. Mas há uma música que compatibiliza bem com meu estado de espírito atual. Não sou fão do Jota quest, mas gosta desta letra.

Será que todo dia vai ser sempre assim
7:15 eu acordo
E começo a me lembrar
Do que ainda não me esqueci
Do que tenho pra falar
Todo dia é assim
Tempo quente, pé na estrada
Tô seguindo o meu caminho
Já parti pro tudo ou nada

Será que todo dia vai ser sempre assim?
Será que todo dia vai ser sempre assim?

Quero iniciativa
E um pouco de humor
Pra peleja da minha vida
Ser feliz, se assim for
Tô correndo contra o tempo
E agora não posso parar
Por favor, espere a sua vez
Certamente ela virá

Será que todo dia vai ser sempre assim?
Será que todo dia vai ser sempre assim?

Nessa horas, eu me lembro
Com saudades de você
Dos amigos que eu ainda não fiz
E de tudo que ainda há
Tô fazendo a minha história
E sei que posso contar
Com essa fé que ainda me faz
Otimista até demais

Que bom que todo dia vai ser sempre assim!
Que bom que todo dia vai ser sempre assim!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Paella do Vila Paraíso - Antes tarde do que mais tarde


Antes tarde do que mais tarde. A corruptela do ditado se refere à visita que fiz ao Vila Paraíso, em Francisco Egídio, pertinho de Sousas e de Campinas.
Excelente ambiente, companhia fantástica e paella nota 10!!!


quarta-feira, 30 de março de 2011

Metáfora do lago e da vida


O que pode nesta breve vida
Quebrar a placidez da superfície cálida
O lago profundo que espelha o céu azul?

Pois, digam-me, o que é a vida
Senão uma metáfora de um lago
Do qual não se vê nem se conhece o fundo,
Fundo escuro e sombrio,
E cuja superfície apenas reflete aquilo a que dirige seu olhar,
Ou seja, o firmamento supremo?

E o que somos nós, humanos,
Senão reflexo do que nos rodeia,
E seres que escondem, com chaves,
O sombrio interior de sua alma?

terça-feira, 29 de março de 2011

Quem pode contra a morte?


Quem pode contra a morte quando ela resolve deitar seu manto negro sobre nós?
Hoje, dia 29, José Alencar morreu depois longos anos lutando contra o câncer. E coloquemos luta nisso!
Ainda hoje, soube da morte de um conhecido, o simpático Palhaço Cenourinha, ou, como outros devem conhecê-lo, Nicalo, professor de capoeira.
Certamente, alguém já passou ou, no mínimo, conhece alguém que conhece pessoas que passaram por perdas dolorosas. Mas, se para quem fica é o sofrimento da saudade o que resta, quem vai (e, sobretudo, quem parte lutando) é libertado.
Da incerteza do que há depois da morte, tiramos nosso medo de deixar este mundo. Porém, enquanto alguns se escondem, outros se expõem na luta pela vida - e não contra a morte!!!
Alencar é um deles. Há outros. Ele morreu afirmando que lutava pela vida.
Lembro-me de uma reportagem com o ator e diretor Bill Bixby (David Banner de O Incrível Hulk) morto em 1993, vítima do câncer de próstata. Nela, já abatido, Bixby afirmava que não se entregaria à morte. Queria que ela viesse buscá-lo, porque não iria até ela.
Postura admirável e corajosa, assim como a de Alencar.
Se do pós-morte temos incógnita, restano-nos, assim, rezar para que no momento em que se aproximar o fim, tenhamos coragem de encarar a morte de frente e fazer com que ela corra atrás de nós num macabro pega-pega.

A indulgência pela fama e questões morais


Deixando Rogério Ceni de lado, mas ainda focando no mundo futebolístico, aproveito para comentar a chegada de Adriano ao Corinthians, e a problemática da indulgência pela fama que assombra países de Terceiro Mundo como o Brasil - que, no caso, precisam de ídolos, e, ainda, ser ídolo significa ser impune.
Adriano é apenas um exemplo. Há tantos outros casos. Mas ilustra muito bem a benevolência da mídia de massa com nossos "ídolos". Se fôssemos eu ou você no lugar do "imperador", já estaríamos presos ou, no mínimo, teríamos esquentado do banquinho da prisão por um tempo. Alcoólatra, suspeito de estar vinculado ao tráfico, Adriano é um mísero exemplo de famosos que excedem qualquer limite moral e se beneficiam da complacência da maioria dos brasileiros. Isso, simplesmente por ser famoso.
Longe de endeusar os norte-americanos, lá, não são raros os casos de atores hollywoodianos ou mesmo atletas que pegam "cana" por dirigirem alcoolizados, arrumarem brigas etc. O ator Jeff Bridges e Mike Tyson são apenas dois exemplos.
Se somos todos cidadãos, o peso da mão da lei deveria ser igual (ou, pelo menos, mais justo) para qualquer um. E é revoltante notar que, no Brasil, o cidadão comum deve fazer das tripas coração para provar que é honesto, enquanto desonestos ou aqueles que realmente infringem a lei têm uma facilidade enorme de escapulir.
Por isso, me nego a comemorar a chegada de Adriano ao Timão. Assim como me nego a aplaudir famosos simplesmente pelo que são - isto é, alguém debaixo de holofotes de nossa famigerada mídia.

100 gols, sem comentários


Sou corinthiano, como os que acompanham este blog já devem ter percebido. Contudo, faço questão de deixar aqui os parabéns a Rogério Ceni.
E, em minhas congratulações, aproveito também para tirar qualquer tipo de máscara. Acho o Rogério um baita mala, contudo, um excelente goleiro. Claro, não está na mesma forma de anos atrás, mas certamente é um atleta dedicado, com "A" maiúsculo. Profissional acima de qualquer suspeita e sãopaulino de sangue, coisa rara no futebol de hoje, à semelhança do que acontece com Marcos no Palmeiras.
Aliás, ambos são exemplos de um tipo de jogador em extinção: aquele que veste, literalmente, a camisa do clube de coração.
Parabéns pelo 100º gol, Rogério.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Eternidade


Só a morte nos torna eternos
Porque a vida só nos faz efêmeros
Viver e se olhar no espelho diariamente,
Só me faz lembrar de uma mísera existência
De uma vida que pode acabar num sopro
Como uma vela que se esvai
Uma fagulha que sucumbe.
Na morte, do contrário, nos tornamos eternos
Eternamente lembrados,
Eternamente queridos,
Eternamente saudosos.
Enfim, imortais.

Um dia qualquer


Amanhece, e que estranha a sensação de que este será mais um dia...
Um dia como outro qualquer.
Um dia de adversidades, mas para as quais virão soluções,
Um dia de mais do mesmo,
Um dia marcado pelo despontar do sol, pelas nuvens carregadas e pela noite que certamente cairá.
Penso, às vezes, que os dias sempre serão iguais,
Bons ou ruins, dependerá do peso que damos às ínfimas coisas.
Se tudo na vida é igual, inclusive os dias, então, nos resta a escolha
De vivermos sob a óptica do positivo ou negativo.
É a única opção que nos deixa nosso livre-arbítrio.
Mudar a vida, somente a morte.
Esta sim, muda tudo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Solteiro literário


Estou sem absolutamente nada para ler (digo, leitura de download, como brinco, aquelas para descontrair e descarregar tensão).
Pior: fiquei vários minutos olhando a preteleira da livraria e nenhuma inspiração... nenhum livro olhou para mim, deu uma piscadela, e me pediu para levá-lo para casa.
Leitura é assim; uma relação de amor. Escolhemos um livro entre tantos, botamos debaixo do braço, levamos para casa, depois para o quarto e degustamos.
Ou seja, no momento, sou um "single" literário.

Sujeira interna


Talvez um dos maiores desafios do homem moderno (o é para mim, pelo menos) é se manter equilibrado.
São tantas coisas que se acumulam e se sobrepõem diariamente sobre nós que fica difícil (ou, melhor, desaprendemos) a desligar, dar o famoso "stop", colocar as coisas nos prumos e recomeçarmos.
Assim, momentos de alegria são sufocados por preocupações infindáveis; momentos de prazer, interrompidos pelo toque do celular que anuncia um novo trabalho; horas de sono abreviadas pela pressa da responsabilidade.
Não se pode ter qualidade de vida sem que façamos uma baita faxina interna. Tudo na vida tem que começar por nós mesmos. Fácil? Nem pensar... Mas vale a pena tentar.
Pretendo colocar em prática minha faxina interna hoje, com alguns minutos de meditação.

quinta-feira, 24 de março de 2011

A menina que não sabia ler



Florence e seu meio-irmão Giles moram num local ermo, um sítio no meio do nada no norte dos EUA. Vivem com seu tio John, que pouco aparece na história, e são cercados por governantas e tutoras.
Um dia, Florence, que não sabia ler, encontra uma biblioteca abandonada no casarão. E aí começa a história. Os livros despertam a imaginação da garota de 12 anos e, junto com ela, uma série de acontecimentos mórbidos que desembocam num misto de alucinação e obsessão quando seu meio-irmão Giles vai estudar num colégio interno e Florence se vê irremediavelmente só. Depois disso, a segunda preceptora, srta. Taylor, chega à casa para substituir a srta. Whitaker, recentemente morta num acidade no lago.
A menina que não sabia ler é inferior às críticas que recebe, mas superior a vários títulos similares. O autor, John Harding, segue os passos de seu ídolo confesso (Edgar Allan Poe) e usa nos 2/3 finais da trama um suspense psicológico bem-amarrado (mas que exige atenção do leitor, porque o livro dá um salto inesperado no tempo entre o final da primeira parte, e o começo da segunda).
Enfim, excelente entretenimento para aqueles que gostam, como eu, de livros de suspense psicológico. Mas é necessário ter paciência, já que a trama não prende o leitor de início - o melhor fica para a segunda metade do livro.

A capacidade de um povo de se reinventar



Fato é fato. E que o japonês é um povo brioso, que, através do patriotismo e união supera vários desafios, é uma máxima que é observada por qualquer um que se dedique a voltar os olhos ao país do extremo oriente.
Depois da devastação das bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki, é a vez do povo japonês se unir novamente para construir boa parte do país. E ele conseguirá.
É incrível a capacidade do Japão de se reinventar, de superar desastres e ressurgir como um novo país. Foi assim em 1945 (é verdade que tiveram ajuda dos norte-americanos) quando, arrasados, despontaram 30 anos depois como uma das maiores potências tecnológicas, econômicas e culturais do mundo.
Agora, o país precisa se unir novamente. E eles o farão, com organização e disciplina. Logo, se reenguerão novamente.
Um pequeno arquipélago que consegue despertar no mundo o interesse pela sua cultura, pelos eletrônicos que fabrica, pelo seu idioma e estilo de vida (vejam, sem impor nada como o fazeram, anos atrás, os EUA) merece os parabéns.
E aqui deixo meus parabéns e o desejo de união e boa-sorte aos valentes japonses.
Tatakae, Nihon!!

Ainda sobre o Japão...



Ainda sobre o Japão.
Comentei na primeira postagem sobre a capacidade do povo japonês de se reerguer.
Talvez um dos motivos que torne isso possível (digo talvez por mera conveniência, porque creio nisso piamente) seja a cultura e educação do povo.
A alfabetização no Japão remonta anterior à introdução da escrita chinesa no século VI. Inicialmente restrita às classes aristocráticas, a educação atingiu a população em geral no Período Edo, em que havia escolas específicas para a classe dos samurais, mas também escolas mistas que ensinavam escrita, leitura e aritmética. Graças a esse sistema, calcula-se que em 1868, época da Restauração Meiji, 40% da população japonesa fosse alfabetizada. A divisão em escolas primárias, secundárias e universidades foi introduzida no Japão em 1871 como parte da Restauração Meiji.
Desde 1947, a educação obrigatória no Japão inclui a educação infantil e o ensino fundamental, shōgakkō, o qual dura nove anos (dos seis aos 15 anos). Quase todas as crianças continuam seus estudos em um ensino secundário, chūgakkō, de três anos e, de acordo com o Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia, cerca de 75,9% dos formandos do ensino secundário cursaram a universidade, a educação profissional, ou outros cursos pós-secundários em 2005. O ano letivo no Japão tem início em abril e pode ser dividido em dois ou três períodos. O currículo de cada série é determinado pelo Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia, bem como há avaliações periódicas do material escolar utilizado.
Um último e ilustrativo exemplo: escutei certa vez que as professoras responsáveis pela alfabetização são as melhor pagas no Japão (com exceção dos professores universitários). Elas ganham, quando se formam, um anel de diamante do governo.
Fato ou não, é sinal de inteligência de um povo que cultiva o raciocínio lógico; se não há boa formação de base (aprender ler e escrever) não se tem bons alunos (e, por fim, um povo bem-educado).
Quando o Brasil aprenderá com os japoneses e, finalmente, aboliremos os analfabetos funcionais, alunos universitários incapazes que formular uma frase?!
Pensemos nisso...

Quebrando a cabeça



Mais de um mês sem atualização e, quando olho para tudo o que deixei de publicar neste blog - fatos pessoais e do cotidiano - noto o quanto o tempo está me ficando escasso.
Mas prometo me esforçar mais para manter o Umbigo atualizado. Afinal, ele é meu umbigo, ok? Rsrsrsrs.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Nietzsche: "Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."


"Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."
A frase acima, do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, remete a uma visão amarga, porém verdadeira, da vida.
Já comentei neste blog sobre o fato de os seres humanos modernos buscarem um isolamento cada vez maior, pontilhado por relacionamentos "virtuais" via internet e nos quais cada um se sente seguro em sua solidão. Sob esse ponto de vista, o isolamento representa segurança, já que evita que a vindoura decepção com nossos irmãos humanos venha (e ela vem, cedo ou tarde, à medida que conhecemos alguém a fundo).
Nietzsche previu esse cenário no século XIX, época em que, longe da internet, a grande revolução na comunicação era o telégrafo. Mesmo assim, visionários (e gênios) como Nietzsche vislumbraram um futuro negro para a humanidade. Um futuro em que seremos seres vivendo numa sociedade pontilhada por núcleos de organismos unicelulares, cada qual fechado em seu mundinho, vivendo de laços efêmeros que teriam o único objetivo de assegurar recursos para nossa sobrevivência. Por exemplo, relações profissionais e raros momentos em espaços de convivência doméstica.
Se Nietzsche estiver certo - se o homem caminha a passos largos para esse status social - resta-nos cultivar urgentemente o que há de mais animal em nós. Sim, de mais animal! Porque animais vivem em sociedade, compartilham momentos, organizam-se da forma mais simples à mais complexa. É nosso lado humano que nos provoca isolamento.
À frase de Nietzsche, acrescento outra: quanto mais conheço o ser humano, mais gosto do meu cachorro.

Eu, pelo traço do saudoso Charles Schultz

Reflexões do Charlie Brown sobre um mundo imperfeito

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cinemateca


Dentro das coisas ordinárias, talvez a mais ordinária seja assistir a filmes em DVD no conforto de nossa casa.
A lista de filmes a ser degustada é extensa, mas destaco A Origem com Leonardo Di Caprio. Resumidamente, Christopher Nolan (o roteirista) fala sobre agentes mercenários que entram no sonho das pessoas para extrair segredos. Mas a coisa fica feia quando Di Caprio e sua turma têm que entrar no sonho de um herdeiro de uma potência energética para implantar uma ideia.
Genial, o filme brinca com o onírico e o real, jogando incertezas na cara daqueles que se dedicam a curtir as mais de duas horas de película. Super recomendado!!!

Como escrever sobre o ordinário?


Estou parado na frente de meu notebook pensando que já passou da hora de atualizar este blog mas... nada me vem à mente!!!
Claro, poderia falar sobre uma porção de coisas, coisas do cotidiano, coisas que, a princípio, só teriam interesse (ou relevância) para mim. Ou seja, chatice extrema.
Isso me remete ao genial Oswaldo Montenegro e sua ode aos chatos. Pois, no caso, há coisa mais chata do que escrever sobre o ordinário, sobre o comum, sobre aquilo que não chama atenção, não provoca risos, lágrimas ou, nem mesmo, um sorriso de canto de boca??? Enfim, um marasmo traduzido em letras, palavras, frases e textos.
Montenegro, inclusive, dedicou vários minutos de seu show - e compôs uma música - em homenagem aos chatos. Talento não se discute. E escrever sobre algo tão ordinário como a chatice é obra de um gênio. Dá-lhe Oswaldo!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Adeus a um Fenômeno


Ronaldo escolheu o dia 14 de fevereiro para pendurar as chuteiras e, assim, ilustrou no calendário do futebol brasileiro mais uma data emblemática: a do fim da carreira de um dos maiores jogadores de futebol do mundo.
Por mais que sejamos críticos, não podemos nunca avaliar a carreira brilhante de Ronaldo pelos últimos dois anos de atividade. O maior artilheiro em Copas do Mundo, e o maior nome do futebol no Brasil ao lado de Pelé merece todo o respeito pelas conquistas.
Fora do gramado, sabemos, nenhum jogador é santo. O próprio Rei Pelé já se viu envolto em maus lençóis e, nesse caso, contou com uma grande conivência por parte da mídia - coisa, aliás, comum no Brasil.
O fato é que Ronaldo foi para mim, que, infelizmente não assisti ao Pelé dentro das quatro linhas, o maior e melhor jogador que já vi em atividade. Depois dele, outros surgiram como meteoros, mas poucos brilharam por tanto tempo. Nem mesmo Maradona (brilhante também) o suplantou.
Não nos esqueçamos que, no retorno de Ronaldo ao futebol, vestindo a camisa do Corinthians, o Fenômeno conseguiu algo inédito: que torcedores de todos os times, incluindo arquirrivais do Timão, torcessem pelo seu sucesso. Isso, sim, não se conquista sem méritos.
Parabéns, Ronaldo.

O fim

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O quanto vale conhecer alguém?


Passei algumas horas conversando com uma amiga de Mogi das Cruzes, que conheci há pouco, sobre o quanto vale a pena conhecer alguém. Explico: na superfície, todo mundo consegue manter suas máscaras sociais. Ou seja, manter um relacionamento socialmente razoável e superficial é fácil.
Mas o que acontece quando conhecemos mais e mais as pessoas? E quando as máscaras caem ou, ainda, devem ser modificadas para novos graus de intimidade e convivência?
Essa minha amiga, cuja inteligência me surpreende (ela tem um excelente papo), afirma que é melhor não conhecermos alguém a fundo. Senão, é decepção certa. Essa forma de pensar me chamou a atenção. Apesar de amargo, é um pensamento recheado de razão.
Não é raro na sociedade moderna encontrarmos pessoas que se isolam, voltando todo seu carinho a seus animais de estimação, sejam eles um cachorro ou uma iguana. A decepção do homem (aquele racional, dotado de porção humana e divina) com o ser humano (animal, acima de tudo) aumenta cada vez mais. Logo, teremos a necessidade de estarmos todos em casulos, herméticos em nossa ensimesmice.
Triste destino, resultado do processo de autoconhecimento.

Antes agora do que mais tarde


Corinthianos de plantão! Urgente! Sei que serei um pai dedicado na hercúlea missão de transformar meu rebento, seja ele menino ou menina, num legítimo torcedor do Timão. Mas, deixando a paixão de lado, uma pontinha de felicidade bateu em mim quando vi o Corinthians cair diante do Tolima.
Com esse futebolzinho medíocre, melhor parar por aqui, não acham?
Casagrande teve razão; melhor ficar em casa.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Me vi pai

Estranho como a vida da gente pode mudar, pro bem ou pro mal, de uma hora para outra.
Há ocasiões em que levantamos da cama e mal sabemos, em nossa providencial ignorância do futuro, pelo que passaremos.
Não quero falar de coisas ruins aqui, porque o momento me impede. Então, deixerei de lado tudo o que pode dar errado (as pedras no caminho de Drummond) e focarei nas coisas boas. Isto porque na última 5a. feira minha vida guinou em 180º (ou será mais?). Descobri que serei pai. Descobri que a vida me deu a chance da paternidade ao lado da mulher que amo. Me deu a chance de descobrir que posso, sim, me sentir especial. É uma sensação diferente, como um tipo de renascimento, no qual você passa a se ver de uma outra forma - e abraça novas responsabilidades, novas posturas. Enfim, tudo novo.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Apanhador de quê?!


Estou me dedicando a ler alguns clássicos da literatura mundial. Já passei por O Morro dos Ventos Uivantes e agora terminei no O Apanhador no Campo de Centeio, ou The Catcher in the Rye. O próximo será a releitura de Metamorfose, de Kafka.
Acho o título desse livro um dos mais belos (senão o mais) já publicado. Narra as desventuras do jovem de 16 anos Holden Carlfield, expulso de um colégio de rapazes abastados. O ponto forte do livro é a linguagem universal - escrito no final dos anos 40, início dos 50, pode ser associado à imagem de qualquer jovem em final de adolescência moderno.
Quando iniciei a leitura (confesso que não fazia ideia sobre o que se tratava a história) esperava um baita drama. Porém (e, confesso, me decepcionei) nada demais acontece no livro, a não ser a digestão da revolta de Holden, ocorrida num final de semana, sobre sua expulsão e sua a visão pessimista sobre a humanidade. Aliás, o autor, J. D. Salinger, lançou frases que são verdadeiras pérolas sobre a visão pessimista e amarga do ser humano.
Vale ler. E, se alguém se arrisca, me diga por que os pretensos assassinos de John Lennon e Ronald Regan leram O Apanhador no Campo de Centeio antes de cometerem seus crimes. Há louco pra tudo...

Chove chuva



A chuva pode ser boa para as plantações e os homens do campo podem erguer as mãos para o céu quando a água desaba sobre o solo fértil. Contudo, devo afirmar que me sinto impaciente com as chuvas incessantes dos últimos dias.
Primeiro, porque meu guarda-chuva sumiu (de novo) e não tenho como me defender da fúria de São Pedro. Depois, porque a chuva inviabiliza praticamente tudo o que se queira fazer fora de casa, a não ser que você seja praticante de pólo aquático. Por fim, o último e principal motivo pelo qual a chuva me deprime é ver, de novo, a cara de pau dos políticos na TV explicando por que mais e mais pessoas morrem todos os anos em cidades como Rio e São Paulo em virtude de desabamentos.
Ah, sim... não esqueçamos que a culpa é de São Pedro. Pedrinho anda de mau-humor e está descontando em nós, míseros humanos, nos mandando litros e litros d´água sobre as cabeças. Nem passa pela cabeça dos homens públicos a necessidade de obras para evitar que vidas sejam perdidas (ou passa? verdade, pessoas mortas geram sensacionalismo e abrem caminho para palavras de consolo dos políticos que, sim, estas sim, geram votos!!!).
Enfim, nos resta aguardar enquanto a fúria de Pedrinho não passa. E, especificamente no meu caso, me aflige a ideia de comprar urgentemente um novo e resistente guarda-chuva.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Charlie e os efeitos da baixa autoestima

Olhando numa lupa, são raríssimas as pessoas que realmente podem afirmar, de peito cheio, que confiam no próprio "taco".
Claro que tudo faz parte de um processo mais amplo de autoafirmação, durante o qual é necessário deixar claro aos outros que "eu" (meu self) pode fazer isto ou aquilo mais rápido e melhor - e, obviamente, isso tem que ser dito antes que alguma crítica seja desferida. Quando os outros aceitam e tomam o que dizemos como verdade, nos sentimos seguros para, aí sim, realizar o que prometemos.
Acho que nunca dei bola para esse tipo de verniz. Acho, ainda, que meu self funciona pelo lado inverso - prefiro não dar certeza de nada antes de realmente conseguir concretizar.
Para ilustrar, mais uma tirinha do bom e velho Charlie, meu alterego. Como sou fã desse garotinho, rsrs. Como diz uma amiga, da fôrma que vim, espero que tenham se desfeito.


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Brasília




Estive pela 4ª vez em Brasília e confesso que a cidade ainda me surpreende.
Revisitei a catedral (meu primeiro e único passeio por lá havia sido há 20 anos) e conheci vários "points" onde os brasilienses (nascidos ou por opção) se divertem. E, posso dizer, me diverti também.
Gozado como, não importa o ângulo pelo qual você queira enxergar, Brasília é uma cidade fria. Não se veem pessoas nas ruas. Não há calçadas. Tudo é dividido em quadras (a quadra das farmácias realmente é algo que merece ser registrado, rs). Mas, ainda assim, é uma das opções entre as grandes cidades onde, um dia, quem sabe, eu moraria quando resolver deixar meu ninho.
Vale o registro (o principal de tudo) da receptividade que tivemos por lá. André, Eliana, Átila, Ítalo, Zezé, Kazuko etc. Todos vocês foram maravilhosos e me fizeram ficar ainda mais encantado com a Capital Federal.





Vale um último adendo: não conhecia o Memorial JK e, sinceramente, vale uma super-visita. Ali você entende por que Juscelino Kubitcheck de Oliveira entrou para a história como um dos melhores (senão o melhor) presidente do Brasil.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Resoluções de Ano Novo


Agora, um papo mais leve.
Sou humano, ou seja, também fiz algumas resoluções de ano novo. 2011 que me espere, e aqui compartilho minha listinha com vocês. Vale a piada.

Resoluções para 2011:
- Menos bebida
- Sexo seguro
- Sexo super-seguro! (rs)
- Parar de fumar
- Mais trabalho
- Ainda mais trabalho
- Mais paciência
- Mais tolerância
- Menos sofrimento com o Corinthians
- Mais do mesmo (bendito Renato Russo)
Ou seja, menos vida!

Em todo lugar, em lugar algum


Sei que fiquei exatamente um mês sem escrever neste blog. Também confesso que esse período não foi exatamente um período fácil do ano. E isso me leva a entrar na onda do reveillon e falar do final de 2010 e começo de 2011.
Normalmente promessas de Ano Novo são feitas com dois objetivos: relacionamentos pessoais (ou, melhor, a melhora deles) e saúde (parar de fumar, voltar ou começar a correr, emagrecer etc.).
Olha, devo admitir que essas promessas servem como estímulos, mas há algo muito mais importante que merece nossa atenção diária: a mudança de nosso íntimo. É um processo longo, longo... que por vezes dura uma vida inteira e, ainda em seu final, computamos as perdas e ganhos e achamos ter saído perdendo.
Mudar qualquer coisa em nós não é fácil. Mudarmos muitas coisas, fazer reforma íntima mesmo, é uma tarefa hercúlea. Lembro de ter ouvido sobre reforma íntima pela primeira vez nos tempos de comunidade de jovens (Cojasc, no São Camilo de Lellis). De lá pra cá, admito que levei vários tombos (alguns que me deixaram feridas incuráveis). Mas também aprendi e cresci muito. O jovem tímido alçou voo, estrepou as asas, retornou ao ninho, partiu de novo. E, agora, prepara-se para alçar novo voo.
Acho que a vida é toda feita de pequenos voos, nos quais cumprimos algumas léguas, nada mais. Grandes voos são ilusões.
Se vale o conselho, viva o hoje, ou tente. Voe sem medo, mas não tenha a ilusão de que esse voo te levará pra longe. E, mesmo que seu voo tenha apenas alguns metros, parabenize-se pela distância alcançada. Lembre-se: reforma íntima dói, e não é pra qualquer um. É para aqueles que conseguem enxergar o pior de si; e, mais, que querem de fato melhorar.