sexta-feira, 28 de maio de 2010

Mito da maturidade


O que é o que chamamos de maturidade se não o endurecimento de nosso espírito diante das dores da vida e das mágoas dirigidas a nós?
Se não, vejamos: se com a idade ficamos mais "sábios", com ela também deveríamos nos tornar mais semelhantes às crianças. Alguém já se perguntou por que ocorre o contrário?
Nascemos puros - puro instinto, é verdade -, berramos pelo que queremos, brigamos quando somos contrariados... Com o tempo, vamos deixando tudo isso de lado e trocamos a espontaneidade pelas máscaras do dia a dia. A de bom profissional, bom aluno, bom filho, pai atencioso e de mãe / esposa serviçal. E também aprendemos a magoar - sim, porque se somos magoados, temos que revidar. Isso é sinal de força!, nos dizem. E acreditamos.
E o que fazemos com a criança que tínhamos dentro de nós? Se um dia ela existiu, continua ali. Contudo, a vida bate, machuca. E a criança aprende calar-se, a se importar menos com as coisas dos outros e mais consigo, a enxergar amizades como moeda de troca e conquistas como combustível para o ego.
E, a isso tudo, à transformação da criança pura no adulto amargurado, é que chamamos de maturidade. Pobre de todos nós.

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