quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sombra interior


Recentemente, mas muito recentemente mesmo, deparei-me com uma encruzilhada. Aqueles momentos da vida da gente que exigem decisões doídas, a escolha de um caminho; direita ou esquerda sendo que, ambos, causariam dor.
Então lembrei-me de um diálogo entre monges budistas que me pareceu adequado ao momento.
Na verdade, o diálogo gira em torno de um homem conversando com sua sombra. Mas a sombra interna. A pergunta era básica: a sombra questionava por que o homem a temia?
A figura (sombra) era monstruosa, tinha presas e garras. Na verdade, representava todos os temores e fantasmas que jogamos debaixo da cama durante nossa vida.
Uma sequência de questionamentos se seguiu:
- Por que você me teme?
- Por que tenho esta forma?
- Por que tenho presas?
- Por que você não consegue me vencer?
E a resposta era sempre a mesma: Porque você representa o pior que existe em mim.

Então, veio a última pergunta:
- Você se ama?
Claro que me amo. De alguma forma, mesmo que por instinto, todo ser vivo se ama, foia resposta do homem.

Por fim, a "sombra" concluiu;
- Então, se você se ama, também tem que me amar. Porque sou parte incondicional de você.

O homem, então, abraçou sua sombra e fez as pazes com ela.
Não conseguimos fugir de nossos medos ou fantasmas. Mas podemos escolher se eles serão eternamente motivo de sofrimento ou se os aceitaremos como parte de nossa vida, aprendendo a amá-los e mantendo assim uma convivência pacífica e menos sofredora.

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